O Magnata pai de trigêmeos

Capítulo 1



Capítulo 1

Sentindo uma dor aguda em seu corpo, Anne Vallois gradualmente ganhou consciência. Quando abriu os olhos, viu um homem de cabelos pretos e grossos, ao lado da cama. A jovem tomou um susto tão grande que quase gritou, mas rapidamente cobriu a boca. Conforme ganhava consciência, sua memória recuperava os acontecimentos da noite anterior, mas, quando se lembrou dos detalhes, teve vontade de bater em si mesma.

Depois de descobrir que seu namorado a traíra, ela foi para um bar, querendo afogar as mágoas, bebeu demais e acabou naquela situação.

A jovem não se atreveu a lembrar muito, nem teve coragem de olhar para o rosto do homem. Apenas saiu da cama, desajeitadamente, e pegou as roupas do chão, com vergonha, antes de sair correndo, sem olhar para trás.

Três anos depois, em um voo de volta para casa, Anne passava o tempo vendo alguns vídeos salvos em seu celular. As imagens, guardadas com segurança em seu telefone, retratavam crianças, desde o nascimento até os dois anos de idade.

― Mamãe! ―

― Mamãe! ―

― Mamãe! ―

Ouvir seus filhos chamando, com vozes infantis e olhar para seus rostos redondos e belos a manteve sorrindo, fazendo seu coração derreter.

Anne engravidou após a noite de amor com o desconhecido, na suíte presidencial, na mesma noite em que descobriu que seu namorado a traía, quando ainda era uma estudante universitária.

Algumas semanas depois, quando entendeu o que acontecia em seu corpo, sem pensar duas vezes, a jovem correu para o hospital para fazer um aborto, mas ficou em dúvida quando o médico disse que eram trigêmeos. Apenas, quando já estava na sala de cirurgia, tomou uma decisão que mudaria sua vida inteira e fugiu, enquanto preparavam os anestésicos.

Olhando para o adorável trio, composto por dois meninos e uma menina, ficou feliz por não ter interrompido a gravidez. Isso a acalmou de sua ansiedade e medo de voltar para casa.

Há quanto tempo ela estava fora? Quatro, cinco ou seis anos? A verdade é que, se pudesse, ela nunca mais voltaria.

No entanto, sua tia, Sarah, sempre fora legal com Anne e a jovem sentia que precisava compensar isso de alguma forma, por isso, quando Sarah e seu tio Ron manifestaram o desejo de que ela comparecesse à festa de aniversário de Ron, ela decidiu que deveria ir. Afinal, eles sentiam muitas saudades e não se viam há muito tempo. O problema é que Luton trazia muitas memórias ruins.

Por isso, ela planejava deixar a cidade assim que a festa acabasse.

Quando entrou no vistoso e luxuoso salão de bailes do hotel, Anne usava um vestido branco e um par de saltos altos. A decoração era grandiosa e o som das conversas enchia o ar, disputando com a música animada.

Sem reconhecer nenhum rosto, Anne estava perdida.

― Anne? ―

A jovem olhou para trás para ver sua tia, que a chamava à distância. Ela caminhou animada em direção ao rosto conhecido, dizendo, enquanto se aproximava:

― Tia! ―

Assim que se aproximou, viu que seu tio, idoso, mas bem cuidado, estava parado ao lado de Sarah e algumas lembranças passaram por sua mente.

― Tio… ―

― Eu sabia que era você, mas sua tia disse que não era possível. Anne, bem-vinda de volta. Já faz tanto tempo ― disse Ron Marwood enquanto olhava para Anne, com um sorriso satisfeito.

Sarah Vallois adiantou-se para abraçar Anne, com os olhos cheios de lágrimas, dizendo:

― Anne, é mesmo você! Você finalmente voltou! Senti sua falta. Por que demorou tanto tempo para vir nos ver? ―

Anne se sentiu culpada. Depois que sua mãe faleceu, seu pai nunca cuidou dela. Foi sua tia quem a acolheu e cuidou, o melhor que pôde, quando Anne começou a frequentar a escola secundária. Anne seria eternamente grata por isso.

― Deixe-me dar uma olhada em você ― Sarah soltou Anne e olhou para ela, da cabeça aos pés. Surpresa, a mulher disse ― minha Anne é tão linda. Desde o momento em que você entrou, todos os homens estão de olho em você. ―

― Assim como estão de olho em você também, Sarah! ― Ron disse, sorrindo.

― Claro, Anne e eu somos da família Vallois ― disse Sarah, com orgulho, pois estava muito satisfeita com Anne ― Agora que você voltou, não vá mais embora. Vou encontrar um bom homem para você. ―

― Quê? ― Anne pensou nos três filhos que tinha deixado na Europa e disse:

― Tia, não estou com pressa para me envolver com alguém. Tenho apenas vinte anos… ―

A conversa foi interrompida por uma comoção, na entrada do salão. Homens robustos entravam, se postando, em sentido, um em cada lado da porta. Eles assumiram o controle do salão acabando completamente com o agradável clima de festa.

Os convidados estavam confusos, sem saber o que pensar, quando um homem alto e bem constituído entrou. Ele vestia um terno escuro e emitia uma aura poderosa. Mesmo com os olhares voltados para si, parecia confiante e tranquilo. Todos na sala ficaram surpresos com sua presença.

Anne olhou inexpressivamente para o rosto vagamente familiar. Ele tinha um rosto bonito, mas sério, e um par de olhos sombrios e hostis que encaravam Anne com frieza.

― Anthony? ― Ron gritou, surpreso.

Anne sentiu o couro cabeludo ficar dormente. Ela não sentia mais a presença das pessoas ao seu redor, enquanto pedaços dispersos de suas memórias se reagrupavam.

O homem da Suíte Presidencial… Seus filhos ficando cada vez mais parecidos com o pai, à medida que envelheciam…

As emoções que ela havia se esforçado tanto para enterrar, durante a gravidez, emergiam lentamente.

“Como ele poderia… como ele poderia ser o homem daquela noite? Como poderia ser Anthony Marwood o enteado de Sarah…” Anne pensou, sentindo-se confusa.

Anthony, com cerca de 2 metros, caminhava em sua direção, andando com firmeza, fazendo com que as pessoas prendessem a respiração, em expectativa.

― Anthony, quando você voltou? ― Ron não esperava que o filho biológico que havia brigado com ele, aparecesse, na festa de seu aniversário.

Sarah, que estava ao lado, ficou rígida e parecia tentar controlar o pânico. Afinal, ela sempre tinha sentido medo de Anthony. Embora fosse seu enteado, ele era assustador.

― Oh? Eu não sou bem-vindo? ― Anthony perguntou, em uma voz baixa e rouca, com uma pitada de raiva. Seu olhar afiado moveu-se para o rosto de Anne e a jovem olhou para baixo com o rosto pálido, sentindo arrepios na espinha, como se fosse uma presa.

― Claro que não! Sarah e eu estamos encantados em vê-lo. Que coincidência! Anne também voltou! ―

Ron olhou para Anne e perguntou:

― Você se lembra de Anne? Ela ficou conosco quando estava no colégio. ―

Anthony olhou para a jovem, com um olhar intimidador, dizendo:

― Como eu poderia me esquecer? ―

Anne não ousava olhar para o rosto de Anthony, desde sua chegada, porque se sentia intimidada, por isso, afastando-se discretamente, disse:

― Tia, eu… eu vou ao banheiro. ―

Antes que Sarah pudesse responder, Anne fugiu. Ela até esbarrou em alguém, mas saiu às pressas, logo depois de se desculpar.

Quando encontrou o banheiro, se olhou no espelho tentando organizar todos os temores que vinham à tona.

“O que devo fazer? Anthony sabia que eu era a mulher daquela noite? Parece improvável, certo? Ele não teria me tocado se soubesse. Ele sempre me odiou! Enfim, não importa o que aconteça, não

posso ficar aqui! Há muitos vídeos e fotos dos meus filhos no meu celular e ninguém pode vê-los. Afinal, eles parecem pequenas cópias de Anthony e é impossível que ninguém suspeite. Não! De jeito nenhum! Ele não pode saber! Deve ter uma porta dos fundos aqui no salão, certo?” Anne pensou consigo mesma.

Então, sem se despedir, a jovem escapou pela saída de emergência. No entanto, após dar alguns passos, foi parada por dois brutamontes.

Suas pernas tremeram quando reconheceu que eram seguranças de Anthony. NôvelDrama.Org © 2024.

Entretanto, um garçom passava com uma bandeja e Anne recuou, jogando a bandeja com pratos e copos nos seguranças, enquanto se virava para fugir. Com os olhos fechados, atingido por uma taça de champanhe, o que deveria ser o líder do grupo gritou:

― Pegue-a! ―

Apesar de também atingido, o outro segurança, não perdeu tempo.

Anne fez seu melhor para correr e se esconder na cozinha do hotel, enquanto um faxineiro gritava para ela:

― É somente para funcionários! ―

Anne não poderia se importar menos! Ela correu para o fundo da cozinha e viu uma saída para os cozinheiros fumarem, nos intervalos. A jovem saiu correndo e chegou a um beco.


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