Capítulo 31
Capítulo 31
Flavia estendeu lentamente a mão, recolhendo um punhado de cinzas do chão. Ao sopro do vento, elas voaram de suas mãos.
Ela, sem forças, levantou a cabeça, olhando para Thales.
Ele a contemplava de cima, com um ar de superioridade, como se o que havia sido destruído fosse apenas lixo sem valor.
Para ele, ela era como esse lixo, sua amiga, ela mesma, tudo o que ela valorizava não tinha o menor valor aos seus olhos.
Flavia se ergueu do chão, gesticultando: Por quê? Por que me tratar assim?
Thales deu um passo à frente, estendeu a mão, enxugando as lágrimas de seus olhos, e disse em voz baixa: “Essas coisas não deveriam estar aqui.”
“Eu te avisei para ficar longe da Bianca, por que você não pode simplesmente obedecer?”
Ela chegou a mordê–lo por causa desse monte de lixo.
Flavia: Eu não posso ter nem mesmo uma amiga?
“É o suficiente ter a mim. Para que quer amiga?” Sua voz era suave, mas para Flavia, era aterrorizante.
Flavia fixou o olhar em seus olhos frios, mais gelados que o vento.
Ela deu um passo para trás instintivamente: Eu sempre tive apenas você, desde pequena, só você, mas você tem muitas pessoas ao seu redor exceto mim… All content © N/.ôvel/Dr/ama.Org.
Flavia: O que eu sou para você, afinal? Um gato, ou um cachorro?
Thales a encarou, sem dizer uma palavra.
Flavia, com os dedos rígidos e lágrimas escorrendo: Eu sou uma pessoa, não sou um gatinho ou um cachorrinho, eu tenho coração, eu também ficaria triste, eu também me magoaria, mas você nunca se importa.
Flavia: Eu não quero ser como um cachorrinho, sentado em casa todos os dias, esperando ansiosamente por você voltar, e então, esperando você me acariciar a cabeça para eu abanar o rabo felizmente.
Seus movimentos eram lentos, cada gesto carregava um grito de coração partido.
Mas ela não conseguia falar, seus gestos eram silenciosos, e não se podia ver, enquanto seus dedos se moviam, que seu coração estava sangrando.
E Thales nunca saberia, ele nunca entenderia.
Assim como um cachorro não fala, nunca se saberá o que ele sente, apenas ele mesmo sabe, só pode se encolher em um canto e lamber suas feridas em silêncio.
Ela estava no frio vento, gesticulando diante dele, com uma expressão vazia, parecia um palhaço.
Flavia parou lentamente seus movimentos, suas mãos pendiam frouxas ao lado do corpo, um sorriso amargo surgindo em seus lábios.
Era um amargor mais desesperador e desolador do que a tristeza e o desespero.
Quando Thales estendeu a mão para pegá–la, ela colocou as mãos atrás do corpo, evitando–o.
Seus olhos escureceram, ele a agarrou pelo braço, puxando–a para si.
Ele a envolveu em seus braços, dizendo baixinho: “Você não é um cachorrinho, nem um gatinho, você é minha família, uma família insubstituivel, no passado e agora.”
Ele disse: “Você é a joia rara minha, é minha garotinha.”
Flavia apertou os dedos, mas ela não queria ser da família, o que ela queria era o amor que ele dava a Rosana.
Flavia olhava para ele, enquanto uma brisa suave levantava pedaços de papel do chão, circulando entre eres.
Seu olhar era como as faíscas lutando nas cinzas, que após lutas, acabou por se acalmar
Flavia: Eu já cresci.
Ela tentou dizer a ele que não era mais á pequena de antes, ela agora tinha vinte e quatro anos.
Mas ele ainda a olhava da mesma forma de antes, dizendo que gostava dela, um gostar barato.
Ela se sentia como uma mendiga, ele ignorava sempre que tentava pedir um pouco de seu amor, nem sequer dava esmola.
E então dizia a ela, essa porta núnca estará fechada, ela deve sempre mendigar aqui, sem poder ir a lugar algum.
Ele passou o dedo por seu olho, dizendo baixinho: “Agora que cresceu, ainda menos deve chorar.”